«««
Em 1624, uma frota da Companhia
Holandesa das Índias Ocidentais, invade Salvador. No ano seguinte, forças
luso-espanholas derrotam os holandeses. Em 1627, é feita nova tentativa,
frustrada, contra Salvador. Mas, em 1630, empreendem nova tentativa, com
sucesso, em Pernambuco. O objectivo principal era o domínio do principal centro
produtor de açúcar do Mundo. Depois de um primeiro período difícil, quando foram
vencidos pelos colonos que se haviam fortificado no Arraial do Bom Jesus, sob o
comando do governador Matias de Albuquerque, os holandeses, conseguiram, graças
ao auxílio de Domingos Fernandes Calabar, não apenas destruir o Arraial, mas
também ampliar a sua dominação até ao Rio Grande do Norte.
O principal período da dominação
holandesa, situou-se entre 1637 e 1645, quando a Companhia das Índias Ocidentais
manteve como governador das terras conquistada o alemão, conde João Maurício de
Nassau – Siegen.
Para administrar o domínio
holandês na Brasil, chega a Pernambuco João Maurício de Nassau, tolerante nos
campos político e religioso. Nassau estimula os engenhos e as plantações.
Urbaniza o Recife e assegura a liberdade do culto.
É responsável pela vinda de
cientistas e artistas, como os pintores Frans Post e Albert Eckhout, que
retratam o quotidiano brasileiro. Na sua administração, a dominação holandesas
estende-se sobre toda a região entre o Ceará e o rio São Francisco.
Em 1637, os holandeses, em
Angola, tomaram os mais importantes portos de saída de escravos africanos para o
Brasil. Assim, os donos dos engenhos brasileiros passam a depender dos
holandeses para a obtenção de mão-de-obra.
Em Dezembro de 1640, o Duque de
Bragança é aclamado rei de Portugal, como D. João IV. Mas os espanhóis não
aceitam o fim da que chamavam “União Ibérica”, nem a restauração do trono
português, sob a dinastia da Casa de Bragança. Assim, Portugal e a Espanha
entraram em guerra. D. João IV, pede então ajuda à Inglaterra e à Holanda, que
estavam em guerra com a Espanha. No seguimento deste pedido, Portugal assina com
a Holanda (que então ocupava terras no Brasil) um armistício válido por 10 anos.
O apoio de Inglaterra a Portugal é fundamental para que Portugal, conquiste
definitivamente a independência.
Nesse ano, os jesuítas são
expulsos de São Paulo. Com isso aumentaram as expedições para aprisionar índios
feitas por bandeirantes, que, em sua maioria, têm sangue indígena. A
escravização desses índios ajuda a superar a dificuldade em obter mão-de-obra,
que acontece pelo controlo temporário do tráfico de escravos africanos estar na
mão dos holandeses. Os jesuítas voltam a São Paulo, em 1653.
É iniciada em 1641, a invasão
holandesa no Maranhão, que perdura até 1644, quando os holandeses são expulsos
pelos portugueses. Essa invasão foi ordenada por Maurício de Nassau, que
procurava consolidar as posições holandesas no Brasil antes que o armistício
entre a Holanda e Portugal fosse amplamente divulgado no Brasil.
No momento em que, ao romper com
a Companhia, Nassau abandonou o governo e regressou à Europa. Após o seu
regresso, os proprietários de terras de Pernambuco passam a ter mais dificuldade
em conseguir crédito na Companhia Holandesa das Índias Ocidentais. Os
latifundiários dão início à Insurreição Pernambucana, com o objectivo de
expulsar os holandeses. No começo, Portugal não dá nenhum auxílio, pois estava
interessado em garantir o apoio da Holanda para enfrentar a Espanha na luta pelo
fim da União Ibérica.
Em 1648 e 49, forças militares
do Maranhão e do governo geral da Bahia derrotam os holandeses na Batalha dos
Guararapes. A insurreição só acaba quando os holandeses, enfraquecidos após uma
guerra contra a Inglaterra (1642); os colonos, tendo à frente João Fernandes
Vieira, André de Negreiros, , António Filipe Camarão e Henrique Dias, promoveram
a Insurreição Pernambucana, vitoriosa em 1654, com o armistício de Campina do
Taborda.
A soberania portuguesa sobre a
“vila” do Recife é reconhecida pela Holanda, pelo Tratado de Paz de Haia, em
1661. Para que os holandeses desistam das terras coloniais, Portugal paga a
estes uma grande indemnização.
A 6 de Agosto de 1661 foi
assinado o Tratado de paz entre Portugal e a Holanda pelo qual Portugal prometia
uma indemnização de quatro milhões de cruzados a serem pagos em 16 anos, 250 mil
por ano, em dinheiro ou em açúcar, sal e tabaco), porque a Holanda «perdera»
Pernambuco: este Tratado da Haia legitima a perda da maioria das colónias
portuguesas no Oriente e repercutiu numa politica estatal de transformar a
economia da Amazónia, estimulando cultivo de espécies asiáticas e nativas,
ampliando a importação de africanos. Com o problema da sucessão espanhola, mais
tarde, a Inglaterra usaria a dívida portuguesa, não paga, para pressionar
Lisboa, como em 1697.
Entretanto, em 1649, Portugal
cria a Companhia Geral de Comércio do Brasil, para auxiliar a resistência
pernambucana às invasões holandesas e facilitar a recuperação da agricultura
canavieira do Nordeste brasileiro, depois dos conflitos.
A sua principal atribuição é
fornecer escravos e equipamentos aos colonos e garantir o transporte do açúcar
para a Europa.